Investe em ações e caiu na malha fina? Saiba como solucionar o problema

Nada mais amargo que receber a notificação de que sua declaração de Imposto de Renda caiu na malha fina. E quem começou a investir em renda variável e não tem contador sabe que o processo pode ser trabalhoso. Afinal de contas, há detalhes que podem deixar você em maus lençóis com o leão. Como já se passaram mais de 30 dias do prazo final da entrega do documento, estipulado até o fim de maio, a Receita Federal começou a fiscalizar aqueles que estão irregulares.

Mas para tudo na vida há conserto. Ou quase tudo. Pelo menos quando se trata de preenchimento errado na declaração do Imposto de Renda, feito pelo investidor da Bolsa de Valores, tem jeito de ajeitar algum deslize. Para deixar tudo em ordem, basta fazer a declaração retificadora.

O que pode ter acontecido?

De acordo com Alice Porto, presidente e fundadora da Contadora da Bolsa Contabilidade e criadora dos canais Contadora da Bolsa, entre os erros mais comuns de quem preenche o menu “Renda Variável” do IR, que como você bem sabe, serve para informar sobre as operações na Bolsa de Valores, está o de não declarar o prejuízo do ano anterior.

“Isso acontece porque o programa da Receita não importa os valores automaticamente. Desta forma, o contribuinte deve informar o valor do prejuízo acumulado no ano anterior manualmente, na aba do mês de janeiro. Caso contrário, ele não poderá compensar seu prejuízo para pagar menos imposto nos meses com eventuais lucros futuros. Ou seja, pode acabar pagando imposto sem necessidade“, diz Alice.

Vale lembrar que quando você registra perdas em um ano, pode pagar menos imposto no ano seguinte. Afinal de contas, não há imposto para prejuízos.

Atenção aos cálculos mensais

O preenchimento errado de alguma informação sobre os resultados de lucro tributável e prejuízo de cada mês também é um engano recorrente entre os investidores da Bolsa. A contadora esclarece que é importante estar atento aos cálculos mensais que o próprio investidor realizou, com base na documentação enviada pela corretora e os seus extratos de operações.

“A confusão principal no menu ‘Renda Variável’ é na hora de informar o imposto de renda retido na fonte (IRRF) das operações de day trade e de swing trade. É o que têm levado muitos investidores a cair na malha fina. Tanto o IRRF de day trade quanto de swing trade devem ser declarados no menu correto e em campos específicos”, detalha.

É bom lembrar também que, nos meses em que o total de vendas realizadas pelos investidores for inferior a R$ 20 mil, o lucro de ações e ouro negociados em operações de curto e médio prazo, como na estratégia de swing trade, tem isenção de IR.

Rendimentos Isentos e Não Tributáveis

E tem mais: esse resultado de lucro isento de Imposto de Renda não deve ser informado no menu “Renda Variável”, e sim em “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”. Caso o investidor tenha cometido esse engano, é possível que a Receita Federal o notifique, cobrando um valor de IR que ele não deve.

Outro erro frequente é com relação ao campo de “Imposto Pago”, que deve ser preenchido com o mesmo valor do campo “Imposto a Pagar”. Se houver divergências entre eles, um sinal de alerta é aceso, o que pode desencadear uma fiscalização. Fica parecendo que você deixou de honrar algum compromisso.

Quando não há uma notificação da fiscalização, o investidor tem mais tempo – cinco anos – para acertar a situação. Mas, quando a malha fina pega no pé, é preciso fazer a tal da retificação o mais rápido possível. Fique atento!

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